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ECT não negocia e trabalhadores dos Correios mantêm greve

23/09/2017

Federação que representa a categoria vai participar de audiência no TST segunda ou terça-feira.

Escrito por: CUT Brasil, com informações da CUT Brasília e de Vanessa Ramos, da CUT SP

Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios entraram no fim de semana em greve em todo o Brasi. Na sexta-feira (22), terceiro dia de movimento paredista, registrou-se a adesão de 21 estados e DF.  A Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), que representa a categoria, divulgou nota em seu site em que denunciou a postura da direção da estatal e desqualificou uma manobra patronal que usou as redes sociais para tentar confundir a categoria. Assim, espalhou-se um boato nas redes sociais de que a ECT teria apresentado uma proposta de negociação à Findect (federação sem registro no Ministério do Trabalho, que reúne um grupo minoritário da categoria).

A Fentect, como federação legítima dos trabalhadores, não recebeu nenhuma proposta formal por parte da empresa. Em função disso, a federação aguarda audiência de mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que poderá ser realizada na próxima segunda-feira (25) ou terça-feira (26), a confirmar.

O Comando Nacional de Mobilização e Negociação da Fentect (CNMN-Fentect) orientaou os sindicatos a fortalecerem a greve a partir desta segunda-feira, dia 25 de setembro, com mais mobilizações nas bases, principalmente Nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. A federação alertou os trabalhadores para estarem preparados para vir a Brasília nesta próxima semana, para um ato nacional da categoria, em protesto contra a privatização dos Correios.

De acordo com levantamento feito pela Fentect, a paralisação acontece nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, São Paulo, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Santa Catarina. Dos 31 sindicatos ligados à Fentect, somente dois ainda não realizaram assembleia para deliberar sobre a participação no movimento:Rondônia e Roraima.

Distrito Federal

Em Brasília, assembleia geral realizada na sexta-feira (22) com mais de 400 trabalhadores e trabalhadoras dos Correios decidiu manter a greve. De acordo com a diretoria do sindicato que representa os ecetistas em Brasília – Sintect-DF –  uma nova assembleia será realizada na próxima terça-feira (26). No encontro, o sindicato, em conjunto com sua base, pautará os próximos rumos da mobilização. A assembleia acontecerá a partir das 15h, na sede dos Correios em Brasília.

Além da assembleia, a categoria realizou passeata no Eixo  Monumental rumo à rodoviária do Plano Piloto, onde uma carta aberta foi entregue à população. A ação foi realizada com objetivo de conscientizar quem passava pelo local acerca dos motivos e da necessidade da greve.

“Fizemos um grande ato que contou com ampla unidade da categoria. Agradecemos pela compreensão de todos. A greve é uma forma pressionar para avançarmos na luta pela garantia de direitos”, explica o Diretor de Finanças do Sintect-DF, Jovan Sardinha.

O avanço na negociação do Acordo Coletivo 2017/2018 é uma das reivindicações dos trabalhadores. Alguns dos pontos fundamentais do ACT estão ameaçados pelo patronal. Em relação ao Plano de Saúde, por exemplo, a empresa pretende alterar a cláusula que garante assistência médica e implementar uma mensalidade para que o funcionário adquira o benefício.

Além disso, os ecetistas protestam contra os retrocessos vivenciados em âmbito nacional. Desde que usurpou a cadeira da presidência da República, Michel Temer tem apresentado nocivos projetos de retrocessos. Exemplo disso está a reforma trabalhista, que entrará em vigor a partir de 11 de novembro. E como se não bastasse, a empresa está na mira do governo golpista para privatização e passa por uma reestruturação que, entre outros pontos, inclui a diminuição do quadro de funcionários.

Ribeirão Preto (SP)

Na manhã desta sexta-feira (22), trabalhadores dos Correios de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, paralisaram a central de distribuição que leva encomendas e correspondências para 92 cidades da região. Os atrasos impactaram diferentes cidades, incluindo as de grande porte como Araraquara, Franca, Barretos e Matão.

A luta contra a privatização e por garantia dos direitos e benefícios, além do reajuste salarial, são as pautas principais, como explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Ribeirão Preto, Oséias Vieira.

 “Estamos diante de um governo que apresentou nos últimos dias seu plano de privatizar 57 projetos e empresas estatais. Conhecemos muito bem em uma empresa os atos que antecedem a privatização. É o enxugamento da máquina através da retirada de direitos e benefícios. Fazendo isso, você onera menos a folha e aumenta o lucro. O que faz com que a empresa se torne mais interessante para o capital privado”, afirma.

Os trabalhadores iniciaram a greve da categoria no último dia 20. Para o coordenador da subsede da CUT-SP em Ribeirão Preto, Luiz Henrique De Souza, esta paralisação é mais do que legítima.

"Este movimento dos trabalhadores é contra as arbitrariedades impostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer não apenas aos trabalhadores dos Correios, mas ao povo brasileiro. Em nome do lucro, querem privatizar também outros setores essenciais, como a água e a energia, áreas que devem estar apenas sob o controle do Estado", defende.

O pacote de privatizações anunciado pelo ilegítimo Michel Temer (PMDB) é o maior desde o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), do PSDB, responsável pela maior série de desestatização do país.

Segundo Oséias, os Correios em Ribeirão Preto estão sendo sucateados. “As condições de trabalho estão cada dia piores. Parece que a empresa faz isso com propósito claro de piorar a qualidade da prestação de serviço. Assim ela tentará fazer todo o convencimento possível para que a população acredite que a privatização é boa. É uma estratégia clara”, critica.

Em período de campanha salarial, nos últimos 40 dias a empresa cancelou por quatro vezes a negociação com a categoria. “Sem sentar para dialogar, a empresa apresenta um pacote de propostas que são de retirada de direitos e benefícios”, diz Oséias, que estará em Brasília nos próximos dias em reunião para defender a categoria.

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