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ESCOLA SINDICAL SÃO PAULO > CONCEPÇÃO CUTISTA DE FORMAÇÃO

Concepção Cutista de Formação

ESTRATÉGIA DA POLÍTICA DE FORMAÇÃO DA CUT

 

A tônica da estratégia da Política Nacional de Formação tem sido contribuir para qualificar a intervenção da CUT frente aos vários desafios existentes na agenda sindical. Busca-se situar a formação no campo da Educação e na sua relação com o debate sobre o futuro do trabalho e o projeto de desenvolvimento.

Para isso, está em experimentação a construção de um Plano Nacional de Formação, articulado em todos os níveis com o planejamento para o biênio 1999/2000, buscando integrar as seguintes dimensões: os desafios e a estratégia da CUT; os diversos projetos em desenvolvimento e os planos dos agentes da formação; a elaboração e a pesquisa, entendidas como parte do processo de construção de novos saberes.

O objetivo é chegar a um planejamento trienal, a ser implementado a partir do próximo Congresso Nacional da CUT, visando uma cada vez maior organicidade com a Central. Para garantir essa integração nos vários âmbitos da Rede Nacional de formação, no 13º Encontro Nacional de Formação (dezembro de 1998) foi elaborado um núcleo comum de preposições para orientar o conjunto do trabalho formativo da Central, composto pelos objetivos e eixos temáticos apresentados a seguir.

 

OBJETIVOS

- Em relação à central:
Contribuir com as instâncias da CUT no debate sobre a atualização e a consolidação do seu projeto sindical e da sua proposta organizativa, considerando a globalização e os processos de integração regional, a relação com o sindicalismo internacional, as transformações no mundo do trabalho e as alternativas de desenvolvimento;

Qualificar a ação e a organização dos trabalhadores nos locais de trabalho a partir da abordagem crítica do processo de reestruturação produtiva, das novas formas de gestão do trabalho implementadas pelas empresas e dos novos espaços e processos de contratação coletiva;

Elaborar uma estratégia de ação que contribua para o fortalecimento do papel da CUT e enfrente as novas exigências da formação sindical, derivadas da crescente presença da PNF no sindicalismo internacional.

- Em relação à educação, à qualificação profissional e ao diálogo com a sociedade: 
Avançar na formulação de políticas educacionais que integrem a educação básica, a qualificação profissional e a formação sindical, tendo como referência tanto as experiências desenvolvidas no campo da educação popular como as formulações presentes na CUT – em especial no setor da educação – e visando uma relação permanente entre a Central e os demais sujeitos que influenciam o debate sobre a educação no Brasil, assim como o estabelecimento de bases comuns de interação entre estas dimensões;

Aprofundar a discussão sobre as ações da CUT relacionadas à constituição de um sistema público de emprego e qualificação profissional não estatal.

- Em relação à estratégia da Rede Nacional de Fomação:
Avançar na formulação sobre a sustentação financeira da PNF;

Contribuir para o fortalecimento dos vários agentes da Rede, com destaque para as Secretarias Estaduais e as Secretarias Nacionais de Formação da Estrutura Vertical da CUT;

Consolidar os coletivos de formação em todos os âmbitos da Rede;

Sistematizar as práticas e os processos formativos desencadeados no âmbito da Rede;

Consolidar os princípios metodológicos unificadores da Política Nacional de Formação da CUT;

Implantar uma matriz metodológica para o planejamento e a avaliação do plano nacional de formação;

Avançar na afirmação dos agentes da Rede como produtores de conhecimento e irradiadores da cultura dos trabalhadores, fortalecendo os instrumentos e canais de comunicação e cooperação ente a PNF/CUT, as ONGs, as Universidades e os diversos centros de pesquisa.

 

PRINCÍPIOS DA FORMAÇÃO

· Classista e de Massas
A formação da CUT busca capacitar os trabalhadores e trabalhadoras para a organização e a ação sindical necessárias às conquistas dos seus objetivos. Atua no sentido de despertar a consciência de classe e a percepção da importância da unidade para a luta. Tem como meta atingir amplos setores dos trabalhadores, procurando articular as dimensões do cotidiano do local de trabalho com as demandas da classe.

· Indelegável
A formação é uma política permanente da CUT que vincula-se, portanto, ao seu projeto político-sindical e tem como referência as resoluções de suas instâncias. Sua formulação, execução e sustentação financeira são de responsabilidade das entidades, fóruns e instâncias da Central.

· Democrática, Plural e Unitária
A formação deve estimular o debate entre as diversas correntes de opinião presentes no interior do movimento sindical cutista, criando condições necessárias para que as distintas concepções aflorem, se conheçam, se confrontem e busquem na diversidade os elementos de unidade para uma ação unificada e fortalecedora da identidade de classe.

· Unificada e Descentralizada
A formação cutista é uma política unificada quanto à sua concepção, objetivos, prioridades e estratégias de implantação. A partir de uma gestão coletiva e nacionalmente articulada, é descentralizada quanto à sua elaboração e implementação, considerando as especificidades de cada região e estados e dos setores produtivos organizados na Central.

· Processual, Permanente, Planejada e Sistematizada
A formação é um processo contínuo e permanente, que acontece nos diversos momentos da vida cotidiana. Para garantir sua organicidade com os princípios, compromissos e deliberações da Central e conduzir à apropriação e sistematização do conhecimento pelos sujeitos - educandos, deve ser planejada. Da mesma forma, deve ser objeto de sistematização, contribuindo para a reflexão sobre a organização e a luta sindical, e potencializando a capacidade educativa das ações.

· Instrumento de Reflexão Crítica e de Libertação
A formação tem como objetivo contribuir para que os trabalhadores tenham uma visão crítica da realidade concreta, das relações sociais e do mundo em que estão inseridos e se percebam como sujeitos da história: capazes de analisar a realidade, elaborar propostas para a sua transformação e agir coletivamente com convicção e consistência em seus propósitos.

§ Integralidade do Ser Humano
O trabalhadora é um ser com múltiplas dimensões, estabelecidas por contínuas e complexas relações sociais de uma realidade e um mundo cultural no qual se interpolam teorias e práticas heterogêneas e mesmo antagônicas no cotidiano do trabalho, da família e da comunidade. As atividades de formação devem considerar essas dimensões, formas de manifestação e percepção da realidade e buscar, através de uma relação dialógica, levar os sujeitos a novas posturas, norteadoras de uma práxis emancipadora.

§ Contra as Discriminações
A formação deve ser um instrumento objetivo de luta por mudanças de valores culturais e comportamentos que signifiquem a discriminação e exclusão de segmentos sociais determinados por condições gênero, étnico-raciais, do porte de necessidades especiais; e opões sexuais, ideológicas e religiosas. Deve, portanto, valorizar e incentivar a solidariedade, a integração social e a luta pela igualdade de direitos e o respeito a todos sem distinções.

§ Dimensões Política, Cultural e Técnica
A formação cutista abrange as dimensões da educação informal e formal, buscando continuamente o reconhecimento social e institucional do saber acumulado pelos trabalhadores e trabalhadoras, na vida em geral e no trabalho em especial.

Insere-se, portanto, nos condicionantes políticos e culturais de valorização dos trabalhadores como cidadãos plenos, e na disputa pelo direito à mais ampla e profunda educação, baseada no saber historicamente acumulado pela humanidade e conjugado com a mais alta técnica.

Extraído da revista Política Nacional de Formação – História, princípios, concepção e organização nacional, agosto de 1999

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